A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro), deflagrou uma operação que resultou no cumprimento de 12 mandados de prisão temporária e 10 de busca e apreensão contra integrantes de uma associação criminosa especializada em pichações coordenadas em prédios públicos, monumentos e obras recém-construídas do DF.
De acordo com as investigações, o grupo atuava de forma estruturada, utilizando aplicativos de mensagens para dividir tarefas, criar codinomes e planejar estratégias de despiste durante as ações.
Perícias realizadas em diferentes locais confirmaram a relação entre os grafismos e a identidade dos investigados, incluindo pichações recentes registradas em setembro de 2025.
As mensagens analisadas também revelaram regras internas de convivência e simulações de tumultos usadas para distrair equipes de segurança. Segundo o delegado-chefe da 3ª DP, Victor Dan, “as provas indicam que não se tratam de atos isolados de vandalismo, mas de ações organizadas e direcionadas contra bens de interesse público e institucional, com impacto direto na ordem pública e na imagem da cidade”.
Com base na representação da 3ª DP e parecer favorável do Ministério Público, a 4ª Vara Criminal de Brasília autorizou as prisões e as buscas em diferentes regiões do DF e cidades do Entorno. As equipes apreenderam celulares, tintas, sprays, anotações e registros digitais que podem ajudar a identificar a estrutura e a liderança do grupo.
A decisão judicial destacou que as condutas “não se tratam de fatos isolados ou pretéritos, mas de atividade em plena continuidade”, reforçando o caráter organizado das ações.
As investigações continuam para identificar outros participantes cujas assinaturas aparecem em pichações recentes em viadutos, pontos de ônibus e obras públicas.
Os suspeitos podem responder pelos crimes de associação criminosa (art. 288) e atentado contra serviço de utilidade pública (art. 265), ambos do Código Penal, com penas superiores a quatro anos de reclusão.
