O governo do Distrito Federal e as prefeituras de Salvador e Natal anunciaram hoje (16) que vão deixar de vacinar adolescentes sem comorbidades. As medidas foram tomadas depois do Ministério da Saúde recuar e mudar a orientação sobre o tema, indicando agora somente a imunização de adolescentes com comorbidades.
Em sua conta no Twitter, o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), disse que decidiu seguir a orientação do ministério e que aguardará novas indicações da pasta sobre como agir em relação a este público.
“Houve um caso de um jovem, no estado de São Paulo, que passou mal depois de ser vacinado. Por isso, vamos aguardar as novas orientações do Ministério da Saúde, que nos informará, ainda nesta sexta-feira, como prosseguir”, disse Ibaneis.
A prefeitura de Salvador também usou sua conta no Twitter para comunicar a decisão, sem detalhar razões e quais serão os próximos passos em relação à imunização de adolescentes sem comorbidades.
Críticas
O governo de São Paulo divulgou nota dizendo que a decisão do Ministério vai na contramão de outros países que imunizam esse público, como Estados Unidos, Chile, Canadá, Israel, França e Itália.
“Coibir a vacinação integral dos jovens de 12 a 17 anos é menosprezar o impacto da pandemia na vida deste público. Três a cada dez adolescentes que morreram com covid-19 não tinham comorbidades em São Paulo. Este grupo responde ainda por 6,5% dos casos e, assim como os adultos, está em fase de retomada do cotidiano, com retorno às aulas e atividades socioculturais” diz a nota do governo.
O secretário de saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes, por meio de sua conta no Twitter, interpretou que a nota do Ministério da Saúde não é explícita: “nem suspende, nem contraindica a vacinação de adolescentes”.
Em junho, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso da vacina da Pfizer/BioNTech para adolescentes a partir de 12 anos.
Fonte: Agência Brasil