Policia Civil do Distrito Federal – PCDF, por meio da Coordenação de Repressão a Crimes contra o Patrimônio – CORPATRI, deflagrou nesta terça-feira (20) a operação “Conexão Capital”, na qual foram cumpridos 23 Mandados de Busca e Apreensão, nas regiões de Ceilândia, Cidade Estrutural, Brazlândia, Paranoá, Águas Lindas e Cocalzinho/GO.
Segundo a Unidade Policial, ao longo de três meses, as investigações demonstraram a existência de um grupo criminoso responsável por subtrair aparelhos celulares em grandes eventos e revende-los a receptadores, alguns dos quais estabelecidos em “bancas” e lojas localizadas no shopping popular de Ceilândia e outras regiões administrativas.
Informações coletadas apontam que os criminosos atuavam em diversas frentes, sendo elas: a escolha dos eventos, a subtração, ocultação e revenda dos aparelhos celulares. Além disso, apurou-se que parte dos aparelhos desbloqueados tinham as contas bancárias dos titulares saqueadas por meio de transferências bancárias indevidas.
Os elementos de informação coletados indicam que o grupo se dividia em indivíduos responsáveis por verificar as agendas de grandes eventos e shows a serem realizados em arenas no Distrito Federal, para os quais eram designados integrantes para ingressarem nas festas, quase sempre em casal, a fim de não levantar suspeitas.
Dirigiam-se para os locais, a bordo de veículos solicitados por aplicativos ou pertencente a um deles, selecionando um ou dois integrantes para levar seus aparelhos a fim de viabilizar a comunicação, caso necessário, considerando que ao entrar nos shows combinavam o horário em que se encontrariam na parte de fora do evento, para guarda e transporte dos aparelhos no veículo em que chegaram.
Na parte interna do evento, vestidos com peças colantes ao corpo, sobrepostas de roupas comuns, escolhiam as vítimas, abordando-as disfarçadamente com esbarrões ou pequenas distrações provocadas por outros integrantes, gerando a oportunidade para a subtração do aparelho.
Assim que subtraídos, os aparelhos tinham os chips descartados nos banheiros e eram entregues a outros integrantes para que não fossem localizados com o furtador direto.
Finalizado o evento ou alcançado um número satisfatório de aparelhos subtraídos, os integrantes encontravam-se no local previamente ajustado, onde se reuniam os despojos do crime e seguiam para a casa daquele eleito para esconder os bens. Algumas vezes, os aparelhos eram divididos entre eles, de modo que cada um dava a destinação que desejasse.
No entanto, na maioria das vezes, os integrantes revendiam os aparelhos a receptadores, por meio de um canal de repasse dos aparelhos a compradores específicos, sendo tais pessoas quase sempre proprietárias de bancas em feiras populares.
Nesse ponto, os receptadores recebiam os aparelhos e realizavam as etapas seguintes do crime, voltadas para venda do aparelho a terceiros, o desmonte para retirada de peças e desbloqueio para a realização de acesso e transferências bancárias indevidas.
De acordo com o apurado, os integrantes do grupo furtaram cerca dezenas de aparelhos celulares em diversos eventos no Distrito Federal ligados ao entretenimento.
Desse modo, foram realizadas duas prisões em flagrante, com apreensão de 25 aparelhos celulares, nos quais os autores foram indiciados nos crimes de associação criminosa (artigo 288, caput, Código Penal) e receptação (artigo 180, §1º, Código Penal) com penas de um a três anos; e três a oito anos de reclusão.