A Polícia Civil do Distrito Federal, deflagrou na manhã desta quarta-feira (30), a Operação Olhos Vendados para cumprir oito mandados de busca e apreensão.
As ações ocorreram nas residências de fiscais do DF Legal—, antiga Agefis—, localizadas em Sobradinho, Águas Claras, Taguatinga, Vicente Pires e Guará/DF, e na cidade de Januária, na região norte de Minas Gerais. Além disso, foi determinada a suspensão do exercício da função pública de três inspetores fiscais investigados, que deverão entregar à polícia os distintivos e carteiras funcionais.
A investigação, iniciada em 2021, visou apurar a atuação de uma associação/organização criminosa formada por servidores públicos do DF Legal da Secretaria de Estado de Proteção da Ordem Urbanística do DF, voltada à prática de crimes de corrupção passiva e lavagem de capitais.
No curso da investigação, surgiram indícios de que fiscais do DF Legal estariam solicitando dinheiro para retardar procedimentos em curso naquele órgão, bem como para evitar a aplicação de multas e fiscalização a vários empresários.
As diligências apontaram que, quase R$ 2 milhões ingressaram nas contas desses servidores por meio de depósitos em dinheiro, transferências feitas por empresas e empresários, sem qualquer justificativa lícita aparente.
As buscas têm como objetivo a consolidação e robustecimento dos elementos probatórios já coligidos para conclusão do inquérito em andamento, visando sedimentar a efetiva participação de cada integrante do grupo criminoso, a eventual identificação de outros fiscais envolvidos, além da apreensão de bens e valores para ressarcimento dos cofres públicos.
Segundo o delegado Ricardo Gurgel, os suspeitos poderão responder pelos crimes de corrupção passiva, advocacia administrativa, organização criminosa e lavagem de dinheiro, caso os envolvidos sejam condenados, poderão ficar até 30 anos na prisão.
As investigações contaram com o apoio da Secretaria Executiva de Inteligência e Compliance do DF Legal e da Polícia Civil de Minas Gerais— PCMG, na cidade de Januária.
Participaram da ação cerca de 60 policiais do Departamento de Combate à Corrupção—DRCor/PCDF.