Você sabia que armadilhas também são usadas contra o mosquito da dengue? Em um trabalho contínuo, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) tem reforçado a instalação de estações disseminadoras de larvicidas (EDLs) em residências para reduzir a população do mosquito Aedes aegypti.
A EDL é feita para atrair os mosquitos, porém impede a sua reprodução. Na prática, trata-se de um balde plástico preto (cor atrativa para o mosquito) com água, porém, uma tela com larvicida em pó, chamado Pyriproxyfen, torna o dispositivo uma armadilha tanto para o mosquito que vai até o local quanto para toda a população de Aedes aegypti da área.
Quando o mosquito transmissor da dengue, atraído pela água para depositar os seus ovos, entra na armadilha, suas patas e parte do corpo entram em contato com o produto e, ao voar para outros criadouros, contamina esses locais, disseminando o larvicida e matando as larvas de todos os locais. Como as fêmeas visitam muitos criadouros para colocar ovos em cada um, elas disseminam o larvicida em um raio que pode variar de três a 400 metros. O resultado final é a redução no desenvolvimento de larvas e, consequentemente, menor infestação e avanço da dengue.
As armadilhas geralmente são colocadas no chão ou a uma altura não superior a 1.50 m, em locais sombreados e externos, como quintais, lavanderias, áreas de serviço, garagens e varandas, abrigados do sol e da chuva. O larvicida empregado não representa riscos a humanos ou animais de estimação.
A cada 30 dias, um servidor da SES-DF visita o imóvel para verificar o nível de água e efetuar a troca da tela impregnada. Entre essas visitas, o morador também deve observar o nível de água da EDL e acrescentar mais, quando necessário, até a marca no interior do balde.
Estratégia
Somente no Sol Nascente, já foram instaladas 1.256 armadilhas desse tipo. O subsecretário de Vigilância à Saúde, Fabiano dos Anjos, destaca que o reforço das instalações nas residências é uma estratégia inovadora e eficaz no controle do mosquito. “Essa ação é mais um exemplo do compromisso em antecipar e combater a dengue de forma proativa, garantindo que o cuidado chegue até onde as pessoas mais precisam, suas moradias”, afirma.
A ajuda dos moradores é fundamental. A dona de casa Neide Lopes Martins, 49 anos, por exemplo, ouviu atentamente as instruções ao receber um equipamento de combate à dengue. A neta, Maria Alice, 2 anos, teve dengue no começo do ano. “É importante combater o mosquito, mesmo se tiver sol ou chuva, ele não pára e não podemos nos descuidar”, destaca.
Uma das responsáveis pela instalação da EDL, a agente de vigilância ambiental em saúde Nilde Pereira da Silva, reforça a importância do agente ser recebido pelo morador. “O mosquito está em todos os lugares, mesmo onde a gente não imagina, até em ralo de banheiro. Nós somos treinados e sabemos os locais onde os mosquitos agem, além de passarmos as orientações corretas”, diz.
Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal