Na manhã desta quinta-feira (24), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia), deflagrou a Operação Gold Fly, considerada a maior já realizada contra o crime de agiotagem no DF. A ofensiva resultou no cumprimento de cinco mandados de busca e na determinação judicial de bloqueio de 38 imóveis, distribuídos entre o Distrito Federal e o estado de Goiás.
Entre os bens indisponibilizados estão apartamentos em regiões nobres como Asa Sul, Asa Norte e Setor Hoteleiro Norte, além de imóveis em Águas Claras, Taguatinga, Samambaia, Brazlândia e Águas Lindas de Goiás. Duas propriedades rurais em Brazlândia também foram alcançadas pela medida.
A operação tem como alvo uma organização criminosa de estrutura familiar, envolvida em crimes de usura e lavagem de dinheiro. Segundo as investigações, o líder do grupo atuava como agiota em Brazlândia há mais de uma década, oferecendo empréstimos com juros entre 6% e 10% ao mês. Como garantia, exigia procurações com plenos poderes sobre imóveis e veículos dos devedores.
Para ocultar a origem ilícita dos valores, o grupo utilizava contas bancárias de familiares, empresas de fachada e aplicações financeiras, além de registrar bens adquiridos com os lucros da agiotagem em nome de terceiros. Estima-se que, nos últimos cinco anos, o grupo tenha movimentado R$ 90,5 milhões.
A ação é um desdobramento da Operação Old West, deflagrada em dezembro de 2023, que investigou o desvio de recursos do extinto DFTRANS. Na ocasião, a PCDF encontrou R$ 3,5 milhões em cheques de terceiros e diversas anotações relacionadas à cobrança de juros abusivos.