O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, defendeu o processo eleitoral brasileiro e questionou as críticas feitas ao sistema de votação do país. segundo o ministro, “ataques não trazem ganhos civilizatórios e em nada contribuem para a solução dos verdadeiros problemas coletivos”.
“A quem interessa o ataque às urnas eletrônicas, à Justiça Eleitoral e à democracia? Impende indagar. A agressão às urnas eletrônicas é um ataque ao voto dos mais pobres. O negacionismo tem endereço certo”, ponderou Fachin durante reunião do Conselho Pleno da Associação dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), em Brasília.
Fachin, no entanto, ponderou que a introdução das urnas eletrônicas contribuiu para a redução dos votos inválidos nas eleições. Segundo ele, em 2000, essa estatística caiu de 41% para 7,6%, ou seja, houve um recuo de 82%. De acordo com o ministro, os aparelhos são totalmente seguros.
Nas últimas semanas, o presidente Jair Bolsonaro tem levantado dúvidas sobre o funcionamento das urnas eletrônicas e alegado que os aparelhos são passíveis de fraude. Bolsonaro chegou a fazer as acusações durante encontro com embaixadores, no Palácio da Alvorada, mas explicou nesta quinta que a apresentação aos diplomatas estrangeiros não teve caráter eleitoral e faz parte de um debate de ideias.
“A Justiça Eleitoral, ao longo de quase um século, tem assegurado, com desempenho sobressalente, a integridade de mecânicas elementares para o processamento pacífico dos dissensos coletivos, contribuindo para a manutenção da paz constitucional. O processo eletrônico de votação ostenta dezenas de camadas de segurança e resulta testado, por especialistas externos, de forma recorrente e exaustiva”, afirmou.
Ainda de acordo com Fachin, deve-ser acabar com a propagação de notícias falsas contra o sistema eleitoral. “É hora de recusar o abismo ideológico e as baixezas externas, elevar a racionalidade e abolir a temporada das falácias e do dogmatismo. É tempo de restabelecer uma forma de comunicação política que cumpra o seu papel utilitário, que é legítimo, mas que não enterre a sociedade em um conflito permanente, tampouco a democracia num processo de erosão, alavancado, indevidamente, pela indústria high-tech das mentiras.”