Lula defende que Otan, UE e EUA trabalhem pela paz na Ucrânia

Em entrevista à agência de rádio e televisão de Portugal ( RTP), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que é fundamental que os países trabalhem em um plano de paz que consiga levar à mesa de negociação os líderes russos e ucranianos, com o apoio dos Estados Unidos, da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e da União Europeia (UE).

O presidente procurou esclarecer a posição brasileira em relação à guerra na Ucrânia afirmando que o Brasil não tem posição ambígua. “Eu não sei quem interpreta isso dessa forma. o Brasil tem uma posição clara: condena a Rússia por invadir o espaço territorial da Ucrânia, ponto”. Acrescentou que o país não quer “é se alinhar à guerra, o Brasil quer se aliar a um grupo de países que trabalhem para construir a paz”.

“Se toda a gente se envolve diretamente na guerra, a pergunta que eu faço é a seguinte: quem é que vai conversar sobre paz? Quem é que vai conversar com os governos que estão em guerra para discutir a paz? Quem é que vai dar esse passo?”, questionou Lula, reafirmando a importância de formar um grupo de países que trabalhe para por fim ao conflito.

“É preciso construir uma narrativa que convença Putin e Zelensky de que a guerra não é a melhor maneira para resolver os problemas. A Otan, os Estados Unidos e a União Europeia devem “começar a falar em paz e a discutir a questão”.

Polêmica
O tema da guerra e declarações recentes do presidente provocaram polêmica nos dias anteriores à visita de Lula a Portugal. Lula disse que as pessoas têm direito de opinião em uma democracia e que ele se limita a cumprir uma visita a um país-irmão com quem o Brasil tem relações privilegiadas.

“Em Portugal, há também certa polarização com um lado mais extremista de direita com os outros partidos, mas eu não tenho nenhum problema, não vim aqui para entrar na polêmica com o Parlamento português. Vim para cumprir uma agenda e as pessoas não são obrigadas a gostar do Lula, não são obrigadas a gostar do presidente do Brasil”.

Período de prisão
Na entrevista à RTP, o presidente falou também sobre o período que passou na prisão após a condenação a nove anos e seis meses (mais tarde 12 anos e um mês) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro na ação penal envolvendo um triplex no Guarujá, em São Paulo. Ele disse que foi um tempo de preparação para o regresso à vida política.

“Fui vítima da mais grave mentira já contada na política brasileira, uma tentativa de me tirar da eleição [presidencial], conseguiram me tirar da eleição”, lamentou o presidente. referindo-se ao processo de corrupção que determinou a sua detenção por um período de 17 meses, acrescentando que nesse período aproveitou para fazer um exercício de paciência, de consciência. “Para me preparar porque tinha muita certeza de que ia voltar a ser presidente da República, e eu tinha essa vontade porque era preciso consertar o Brasil”.

“O Brasil que tínhamos construído em três mandatos e meio do PT, com a maior inclusão social da história, tudo isso foi desmontado. Então, eu tinha de reconstruir isso e estou fazendo”, afirmou Lula.

Maioria parlamentar
O presidente admitiu a ausência de uma maioria parlamentar, mas destacou a importância da “arte de conversar” e da capacidade de extrair desse diálogo o que é melhor para o povo brasileiro. Para ele, o contrário dessa capacidade de negociar “é uma barbárie antidemocrática” em que se caminha para “um pensamento fascista e autoritário” típica dos negacionistas da política.

“Nós não podemos negar a política” porque “a política é a arte do exercício da democracia e é importante sermos capazes de negociar com os que pensam o contrário”.

Diálogo
Sobre a situação no Brasil, ele apontou o caminho do diálogo que combata a polarização e possa “fazer do brasileiro aquele povo generoso que sempre foi, que gosta de música, que gosta de futebol, que gosta de ser alegre, que gosta de ser educado e que perdeu isso por causa de um presidente fascista que governou o país durante quatro anos”.

Combate à fome
Segundo o presidente, seu grande projeto político baseia-se numa ideia simples, ainda que difícil de realizar: que todos os brasileiros possam fazer três refeições por dia.

Ao ser questionado sobre a forma como pretende acabar com a fome no Brasil, sendo que atualmente 33 milhões de pessoas se encontram nessa situação, ele disse que a questão é solucionar o problema do dinheiro – que é mal distribuído no orçamento. “Cuidar dos pobres é investimento, aumentar o salário mínimo é investimento”.

Sobre o perigo de aumentar a dívida, Lula lembrou o seu passado, em que provou que era capaz de fazer as coisas sem criar problemas. “Responsabilidade nós temos e vamos colocar em prática”, assegurou.

Fonte: Agência Brasil

Últimas

Damos valor à sua privacidade

Nós e os nossos parceiros armazenamos ou acedemos a informações dos dispositivos, tais como cookies, e processamos dados pessoais, tais como identificadores exclusivos e informações padrão enviadas pelos dispositivos, para as finalidades descritas abaixo. Poderá clicar para consentir o processamento por nossa parte e pela parte dos nossos parceiros para tais finalidades. Em alternativa, poderá clicar para recusar o consentimento, ou aceder a informações mais pormenorizadas e alterar as suas preferências antes de dar consentimento. As suas preferências serão aplicadas apenas a este website.

Cookies estritamente necessários

Estes cookies são necessários para que o website funcione e não podem ser desligados nos nossos sistemas. Normalmente, eles só são configurados em resposta a ações levadas a cabo por si e que correspondem a uma solicitação de serviços, tais como definir as suas preferências de privacidade, iniciar sessão ou preencher formulários. Pode configurar o seu navegador para bloquear ou alertá-lo(a) sobre esses cookies, mas algumas partes do website não funcionarão. Estes cookies não armazenam qualquer informação pessoal identificável.

Cookies de desempenho

Estes cookies permitem-nos contar visitas e fontes de tráfego, para que possamos medir e melhorar o desempenho do nosso website. Eles ajudam-nos a saber quais são as páginas mais e menos populares e a ver como os visitantes se movimentam pelo website. Todas as informações recolhidas por estes cookies são agregadas e, por conseguinte, anónimas. Se não permitir estes cookies, não saberemos quando visitou o nosso site.

Cookies de funcionalidade

Estes cookies permitem que o site forneça uma funcionalidade e personalização melhoradas. Podem ser estabelecidos por nós ou por fornecedores externos cujos serviços adicionámos às nossas páginas. Se não permitir estes cookies algumas destas funcionalidades, ou mesmo todas, podem não atuar corretamente.

Cookies de publicidade

Estes cookies podem ser estabelecidos através do nosso site pelos nossos parceiros de publicidade. Podem ser usados por essas empresas para construir um perfil sobre os seus interesses e mostrar-lhe anúncios relevantes em outros websites. Eles não armazenam diretamente informações pessoais, mas são baseados na identificação exclusiva do seu navegador e dispositivo de internet. Se não permitir estes cookies, terá menos publicidade direcionada.

Visite as nossas páginas de Políticas de privacidade e Termos e condições.

Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao continuar navegando, ou clicar em "Prosseguir, você concorda com tal monitoramento. Para mais informações, consulte a nossa Política de privacidade.