Em um mundo cada vez mais inclinado à mobilidade sustentável, a capital brasileira, Brasília, parece marcar passo no que diz respeito à adoção de ônibus elétricos no transporte público.
Desde 2019, apenas seis ônibus elétricos circulam pela cidade, todos pertencentes à empresa Piracicabana, em meio a uma frota total de 2.850 veículos distribuídos por cinco empresas responsáveis pelo serviço nas diversas bacias que cobrem o Distrito Federal (DF).
As demais empresas, Marechal, São José, Urbi e Pioneira, ainda não incorporaram essa alternativa mais verde em suas operações.
O governo do DF, sob a gestão de Ibaneis Rocha, em 2019, esboçou um movimento em direção à eletrificação veicular com a isenção do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) por cinco anos para novos adquirentes de carros elétricos.
Simultaneamente, anunciou a ambiciosa ideia de substituir integralmente a frota governamental por veículos elétricos e promoveu a instalação de eletropostos em parceria com o setor privado, visando a criação de uma rede de recarga com 100 pontos em todo o DF.
Uma iniciativa conjunta com a Renault do Brasil, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Parque Tecnológico de Itaipu apresentou 16 carros elétricos à população, embora esses veículos tenham sido posteriormente devolvidos por não passarem na Prova de Conceito.
Apesar desses esforços iniciais, a realidade mostra que o progresso rumo à mobilidade elétrica em Brasília tem sido lento.
A expectativa de transformação da frota e a implementação de infraestrutura de recarga ainda não se concretizaram na escala esperada.
No entanto, há sinais de uma agenda positiva para a implementação da mobilidade verde.
Em março, a capital federal sediará o C-MOVE Brasília – Congresso da Mobilidade e Veículos Elétricos, um evento que promete catalisar o debate sobre a eletrificação da mobilidade urbana.
O congresso reunirá especialistas para discutir inovações, soluções e desafios relacionados à eletromobilidade e ao setor energético, incluindo temas como infraestrutura de recarga, transporte público elétrico e cidades inteligentes.
Ricardo Guggisberg, presidente do Instituto Brasileiro de Mobilidade Sustentável e idealizador do C-MOVE, vê Brasília como uma potencial vitrine para o Brasil em termos de cidade inteligente impulsionada por uma mobilidade urbana moderna.
Segundo Guggisberg, o objetivo do 1º Congresso em torno dessa pauta é incentivar a inovação e a sustentabilidade sem onerar o poder público, ao mesmo tempo, em que se busca melhorar a conectividade e a qualidade de vida na capital.