Quase 1.600 pacientes foram atendidos neste sábado (20), até as 17h, no Dia D contra a dengue. O número reflete apenas a assistência oferecida pelas equipes da Secretaria de Saúde (SES-DF) nas nove tendas de hidratação, montadas pelo Governo do Distrito Federal (GDF), para acolher pacientes com suspeita da doença. De forma adicional, a rede de unidades básicas de saúde (UBSs) também passam a funcionar com horário ampliado, reforçando o atendimento.
Um total de 778 pacientes necessitou de hidratação venosa. “Nossa população está acolhida. Temos cuidados e insumos, e vamos enfrentar esse momento”, garante a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, que acompanhou de perto a atuação das equipes nas tendas montadas junto às administrações regionais de nove regiões: Ceilândia (P Sul), Samambaia, Sol Nascente/Pôr do Sol, Brazlândia, Taguatinga, Santa Maria, Recanto das Emas, São Sebastião, Estrutural e Sobradinho.
Na prática, a situação da atendente Rafaela Costa, 23, ilustra a importância dessa ampliação de acesso. “Estava bastante enjoada e ontem deu febre. Então vim até a ação e fui atendida bastante rápido”, conta. Ela foi acolhida na tenda montada ao lado da Administração Regional de São Sebastião, local próximo da casa da moradora. Como nas demais oito unidades, o espaço conta com profissionais para dar assistência, colher testes e iniciar o protocolo de tratamento, sendo o principal deles a hidratação com soro.
O superintendente da Região Leste de Saúde, responsável pela área de São Sebastião, Sidney Sotero, destaca que expandir a assistência se mostrou necessário. “Hoje é o primeiro dia e já percebemos o tamanho da demanda espontânea da população. Foram mais de 40 atendimentos somente pela manhã. Estamos realmente conseguindo fazer a diferença”, relata.
O trabalho em parceria com as administrações regionais foi ressaltado pela superintendente da Região Norte de Saúde, Débora Fernandes. “Os administradores conseguem nos apoiar em todas as frentes”, diz. Na Administração Regional de Sobradinho, por exemplo, além da tenda montada do lado de fora, o auditório do prédio se tornou um espaço para acolhimento de pacientes. “Graças a esse apoio, conseguimos oferecer um atendimento mais amplo e confortável”, completa.
O trabalho conjunto envolvendo diversos órgãos do GDF se repete em outras ações, como o apoio para a aplicação do fumacê, a limpeza de espaços onde há acúmulo de lixo e as visitas domiciliares dos agentes de vigilância ambiental, entre outras. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o Corpo de Bombeiros do DF também atuam na remoção para hospitais e unidades de pronto atendimento (UPAs) de pacientes com sinais de agravamento da dengue.
Atendimento ampliado nas UBSs
O DF conta com 176 unidades básicas de saúde. O horário padrão de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 7h às 17 horas. Um total de 11 UBSs fica aberto à população até as 22 horas. Aos sábados, 52 abrem das 7h às 12h. E, a partir de hoje (20), cinco unidades funcionam aos sábados e domingos, das 7h às 19h. Mais informações estão disponíveis no site da SES-DF.
Medidas de gestão
A ativação de horários ampliados das UBSs, a montagem das tendas de hidratação e a intensificação das ações de combate à dengue são passos tomados de acordo com uma análise do cenário. “Há todo um arcabouço de cuidados e de planos de ativação. Estamos fazendo baseado na ciência, no conhecimento. Não é aleatório: são dados em tempo real. Observamos o mapa de calor de onde temos maior número de casos prováveis e assim vamos construindo as estratégias para o enfrentamento”, detalha a secretária de Saúde.
Para haver a ampliação do atendimento, houve aquisição de insumos e servidores da pasta serão pagos por meio da modalidade de TPD – Tarefa por Período Determinado. Trata-se de uma forma de ampliação pontual da carga horária de quem está envolvido nas ações. “A orientação e o comando do nosso governador [Ibaneis Rocha] é que nós tivéssemos ampliação dos serviços. Fizemos isso sem reduzir os demais atendimentos”, garante a secretária.
O uso de barracas para atendimento faz parte dos modelos previstos para ampliar o acolhimento da população em situações específicas, como tem ocorrido agora por conta da dengue. “Nós não chegamos atrasados, nem chegamos antes da hora: chegamos exatamente no momento onde a gente visualizou que precisava ampliar o acesso”, diz.
Há ainda investimentos em curso para aumentar de maneira constante a capacidade de atendimento. São 17 novas UBSs com projetos previstos, cinco deles já bem adiantados.
Com informações da SES-DF