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Já fez teste para hepatite? Previna-se contra esse mal

Doenças silenciosas em que os sintomas e sinais pouco aparecem. As hepatites virais podem levar à morte caso não sejam tratadas com antecedência. E para detectar qualquer uma delas, é necessária a realização de um simples teste rápido, oferecido na rede pública de saúde.

No Brasil, são transmitidas mais comumente pelos vírus A, B, C ou D. Todavia, as três últimas são as mais frequentes. No Distrito Federal, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) oferecem os exames de diagnóstico e encaminham o tratamento.

Na UBS 6 do Gama, o amarelo (símbolo do combate à doença) tomou conta do posto de atendimento com balões e banners sobre a enfermidade. Conversas individualizadas dos agentes de saúde com usuários alertavam sobre as formas de contágio, como nas relações sexuais. O retorno, bem positivo: 106 testagens em um dia.

Já em Santa Maria, a receptividade na UBS 1 também agradou. Ao longo da semana passada, foram realizadas palestras e distribuídos folders de orientação. Em apenas um dia, 91 pessoas foram testadas. Populares, que passavam pela unidade para outros tratamentos saíam do posto orientados sobre as hepatites virais.

“Em julho, reforçamos as ações de vigilância, controle e prevenção dos vários tipos da doença. É uma forma de educar. E, com o auxílio do teste rápido, podemos detectar e cuidar do paciente na rede do SUS”, explica a gerente das Áreas Programadas da Região de Saúde Sul, Gisele Nunes. O Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), na Rodoviária do Plano Piloto, também realiza os exames.

Tipos mais comuns no DF

Entre 2016 e 2020, a Secretaria de Saúde contabilizou 2.290 casos confirmados de hepatites virais no DF. Desse total, as mais comuns na capital são as do tipo B e C. Foram 877 (38,3%) casos de hepatite B e 1.410 (61,6%) da modalidade C. Já a D, apresentou apenas três casos.

“A hepatite é ‘silenciosa’ e dificilmente se manifesta. Às vezes provoca um mal-estar, enjoo ou icterícia (pele amarela causada pelo acúmulo de bilirrubina no sangue)”, informa a gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis, Beatriz Maciel.

“Dessa forma, é muito importante o diagnóstico precoce para se buscar a cura”, explica a especialista. Já desenvolvida, a enfermidade ataca o fígado, podendo levar, em alguns casos, à cirrose ou ao câncer desse órgão.

Transmissão pelo sangue

A principal forma de transmissão das hepatites B, C e D é por meio do contato com sangue e hemoderivados. Podem também ser transmitidas por contato sexual e da mãe infectada para o recém-nascido (durante o parto ou no período perinatal).

A infecção acontece, ainda, via compartilhamento de objetos contaminados, bem como em procedimentos cirúrgicos, odontológicos e endoscopia, quando não estão devidamente esterilizados. A transmissão da hepatite A se dá por meio do contato das fezes com a boca (fecal-oral).

Vacina é um bom caminho

Já existe vacina na rede para essa doença infecciosa. Aplicada há muito tempo em crianças e recém-nascidos, ela nem sempre é lembrada pelo público adulto. Os tipos A e B podem ser prevenidos por meio da imunização e, inclusive, a dose está prevista no calendário nacional de imunização.

“A vacina já é universal e disponível no SUS, para todas as idades, desde 2016. É muito importante que as pessoas imprimam o seu calendário vacinal e façam a imunização disponível aqui nas unidades no DF”, recomenda Beatriz Maciel.

Prevenção e tratamento

Para evitar a hepatite A, é recomendado lavar as mãos com água e sabão após ir ao banheiro ou trocar fraldas e antes de cozinhar ou comer. Também é indicado o uso de água tratada e higienização adequada dos alimentos. Já o tratamento desse tipo se resume a repouso e cuidados com a dieta do paciente.

As hepatites B e C podem ser prevenidas evitando-se o contato com o sangue contaminado, razão pela qual é recomendado usar preservativos nas relações sexuais; exigir materiais esterilizados ou descartáveis e não compartilhar itens, equipamentos ou utensílios de uso pessoal.

A hepatite B não possui cura, mas seu tratamento é feito com medicamentos específicos (alfapeginterferona, tenofovir e entecavir), com o objetivo de reduzir o risco de progressão da doença e suas complicações, especialmente a cirrose e o câncer de fígado.

No caso da hepatite C, a intervenção terapêutica é feita com os chamados antivirais de ação direta (DAA), administrados, geralmente, por 8 ou 12 semanas.

Fonte: Agência Brasília

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