A Polícia Civil do Distrito Federal—PCDF, deflagrou na manhã desta quarta-feira (24), a Operação Ingannare. A ação resultou no cumprimento a oito mandados de busca e apreensão na casa dos suspeitos de integrar uma organização criminosa que atua na prática de estelionatos no Distrito Federal.
Os mandados estão sendo cumpridos em Taguatinga, Areal e Ceilândia, e ainda em Cocalzinho/GO e São Paulo/SP. As diligências contam com o apoio da Divisão de Operações Especiais — DOE e equipes da Polícia Civil do Estado de São Paulo — PCSP. A investigação foi iniciada pela Delegacia da Criança e do Adolescente II da PCDF, após o registro de ocorrência de um caso de estelionato, ocorrido em 27 de outubro de 2022, em Brasília, que revelou um esquema de fraude que vitimou diversas pessoas, na maioria pessoas idosas.
De acordo com as investigações, os criminosos entravam em contato com as vítimas por mensagens instantâneas no celular sobre uma transação suspeita em seu cartão. Utilizando engenharia social, os criminosos se passavam por representantes bancários e conseguiam que a vítima fornecesse suas senhas e entregasse seus cartões a um indivíduo que se apresentava em um carro de aplicativo.
Nesse mesmo contexto a vítima era mantida em uma longa ligação telefônica e, depois, instruída a manter o telefone em modo avião. Durante esse período, os criminosos realizavam compras em diversas lojas de alto
padrão em Brasília.
“A Draco deu continuidade às investigações, que apontaram para uma rede que praticava fraudes sofisticadas e envolvia vários indivíduos. Munidos das informações e cartões bancários das vítimas, o grupo criminoso realizava empréstimos e saques de altos valores, como R$ 40 mil e, ainda, compras e trocas de produtos em lojas de luxo de Shoppings de Brasília”, explica o diretor do Decor, Leonardo de Castro.
Em meio às diligências, foram detectadas em redes sociais perfis dos investigados ostentando um padrão de vida luxuoso, bem como supostas operações de lavagem de dinheiro por meio do registro em nome de terceiros dos veículos utilizados pelos investigados, possivelmente como parte da estratégia para ocultar a origem ilícita dos bens.
Chamou atenção ainda o fato de que um dos possíveis mentores do esquema abriu uma loja em Taguatinga, aparentemente usada para a venda de produtos de alto valor adquiridos ilegalmente através da fraude.
Os suspeitos estão sendo investigados pelos crimes de Estelionato, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro, e, caso condenados, podem pegar até 23 anos de prisão.