O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) do Distrito Federal é referência nacional no atendimento de crises psíquicas. Somente em 2024, foram realizados 7,5 mil acionamentos de unidades móveis de atendimento pré-hospitalar. O serviço integra a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) da Secretaria de Saúde (SES-DF).
“As situações de crise são as mais desafiadoras para a nossa Rede e para as famílias. Poder contar com o atendimento especializado da equipe do Samu 192 enriquece muito o cuidado que é oferecido para a população do Distrito Federal “, afirma a secretária de Saúde da SES-DF, Lucilene Florêncio.
O atendimento ocorre conforme a necessidade. Entre as situações atendidas estão situações que exigem a contenção física do paciente, que apresentem riscos à própria vida ou a de outros. “Os atendimentos do Núcleo de Saúde Mental [Nusam] do Samu 192 abrangem crises de ansiedade, crises psicóticas, ideações ou tentativas de suicídio, pessoas vítimas de violência, casos de dependência química grave e pessoas que se encontram em situação de emergência por necessidade de cuidados psicossociais”, detalha a gerente da Central de Informações Toxicológicas e Atendimento Psicossocial (Ceitap), Christina Porfirio.
O Samu conta com uma equipe multiprofissional – composta por assistente social, psicólogo, enfermeiro e condutor socorrista – de forma a encaminhar corretamente o paciente ao serviço adequado e evitar uma internação hospitalar injustificada. Essa equipe atuou em 301 atendimentos em 2024.
A RAPS atualmente envolve desde o atendimento de rotina às urgências e emergências, em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Unidades de Pronto Atendimento (Upas), os centros especializados, como as policlínicas e os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), e o Hospital de Base (HBDF).
Acolhimento e escuta qualificada
O atendimento psicossocial é realizado nos mesmos moldes dos demais. O solicitante aciona o serviço pelo número 192, a ligação passa pelo técnico auxiliar de regulação médica e este cadastra e transfere a chamada para o médico regulador, responsável pelo caso. Este profissional analisa a situação e, identificada uma emergência na área, pode contar com o apoio de equipe especializada em saúde mental. Em seguida, é definida a melhor maneira de interceder, sendo alguns casos resolvidos até mesmo pelo telefone.
A gerente da Ceitap enfatiza que cada ocorrência é única e demanda ações próprias. “Às vezes, é necessário que a equipe vá até o paciente. Nem sempre ele será removido para um ambiente hospitalar, nem sempre ele precisará de medicação. Via de regra, a equipe do Samu 192 chega ao local e logo tenta estabelecer um vínculo de confiança com o indivíduo. Ela vai ouvi-lo, fazer uma escuta qualificada das suas dores para identificar o que levou o paciente àquela situação. Vai tentar identificar também todos os fatores que podem beneficiar ou prejudicar aquela pessoa em uma determinada localidade, e isso pode levar em consideração se ela está acompanhada ou não, se está com a família, se está em alguma situação de vulnerabilidade, entre outros motivos”, explica.
Muitas vezes a ocorrência é concluída no local, quando o atendimento é suficiente para estabilizar a crise, com o posterior encaminhamento por escrito a uma unidade para continuidade do tratamento. Há casos, porém, em que não é possível finalizar o atendimento in loco, sendo necessária a remoção do paciente para um ambiente hospitalar.
Onde buscar atendimento
Além do Samu, a RAPS tem outras portas de entrada para os tratamentos na área de saúde mental. A principal é a rede de 176 UBSs, indicadas para quem apresenta sintomas considerados leves ou moderados – você pode acessar aqui para encontrar sua UBS de referência. Para casos moderados ou graves, inclusive em situações de uso e abuso de substâncias químicas, deve-se procurar um dos 18 Caps – acesse aqui para encontrar o Caps mais próximo de você.