O clima em torno da realização da Via Sacra ao Vivo de Planaltina é de emoção e expectativas. Atores, figurantes e público aguardam o momento de reencontro presencial depois de dois anos de interrupção em função da covid-19. Marcada para sexta-feira (15), a partir das 14h, a encenação da Paixão de Cristo já movimenta a comunidade com ensaios do espetáculo composto por 15 estações.
Com apoio de R$ 800 mil da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), por meio de termo de fomento celebrado com a instituição Grupo Via Sacra, a montagem popular e sacra terá, ainda, transmissão ao vivo pelo canal do YouTube da organização. São esperadas mais de 100 mil pessoas, ao longo do dia, no Morro da Capelinha e nas redes sociais.
“Bem imaterial tombado do GDF, a Via Sacra ao Vivo de Planaltina é uma das mais importantes do gênero no país, com impacto na economia local de Planaltina e no turismo do DF. Neste ano, a celebração ganha outros tons com essa emoção do retorno ao local que há quase 50 anos emociona gerações de espectadores”, observa o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues.
Encenação sacra
Para vivenciar a Via Sacra ao Vivo de Planaltina, é preciso percorrer as 15 estações cênicas que ocorrem de forma itinerante à medida que o público sobe o Morro da Capelinha. Neste ano, será instalada uma tela LED de 10×6 metros na entrada para a exibição de duas encenações extras: Domingo de Ramos, às 13h, e Santa Ceia, às 14h, ambas transmitidas pelo canal do YouTube do Grupo Via Sacra.
Às 14h, a encenação se inicia com os atores do grupo Via Sacra subindo o Morro da Capelinha em cortejo para assumirem as suas posições, em uma ambientação cênica. Às 16h, começam os julgamentos: religioso de Cristo por Anás e Caifás, seguido pelo político por Herodes. Em seguida, abrem-se as 15 estações, com previsão de término às 20h30.
CONHEÇA AS 15 ESTAÇÕES
1ª estação: Os sacerdotes e anciãos do povo se reúnem contra Jesus para o entregarem à morte, levando-o ao governador da Judeia, Pôncio Pilatos. Arrependido, Judas se enforca. Jesus, à frente do governador, é questionado: “És tu o rei dos Judeus?”. Como resposta, Pilatos somente ouve: “Tu o dizes”. Enquanto os antigos o acusavam, Cristo não reage. Como de costume, no aniversário do governador, um dos presos é solto. Do palácio, Pilatos então pergunta ao povo: “Querem que eu solte Barrabás ou o denominado Cristo?”. A multidão escolhe Barrabás para soltura, condenando Jesus à morte em cruz. Pilatos, diante do povo, declara-se inocente daquela acusação.
2ª estação: Para contentar a multidão, Barrabás é solto e Jesus é açoitado pelos soldados enquanto é entregue para a crucificação. Ali lhe vestiram de púrpura e puseram uma coroa de espinhos, saudando-o com “viva ao Rei dos Judeus”. Muitos cuspiam e batiam no condenado.
3ª estação: Sofrendo pelo peso de sua cruz, Jesus cai pela primeira vez durante o percurso.
4ª estação: Cristo avista ao longe a sua mãe, Maria. É encenada a impotência da mãe face ao destino do filho.
5ª estação: Sem força, Jesus não consegue mais carregar a cruz. Os soldados obrigam o camponês Simão de Cirene (Simão, o Cirineu) a transportá-la por um certo trecho.
6ª estação: Verônica retira seu véu e limpa o rosto de Cristo.
7ª estação: A cerca de 600 metros do Tribunal Romano, em direção ao Monte Calvário, os soldados empurram Jesus com a intenção de apressá-lo. Contudo, uma pedra no caminho o faz tropeçar, derrubando-o pela segunda vez.
8ª estação: No trajeto, ao se deparar com mulheres, Jesus pede: “Filhas de Jerusalém, não chorem por mim, mas chorais por vós mesmas e vossos filhos”.
9ª estação: Novamente pelo peso de sua cruz, Jesus cai no caminho entre o Tribunal e Gólgota, a montanha da “caveira”.
10ª estação: Durante a crucificação de Jesus, os soldados romanos repartem as suas vestes em quatro pedaços, tomando também a sua túnica. Para ela, decidiram na sorte quem ficaria com o traje.
11ª estação: Crucificado, Jesus avista Maria de Nazaré, Maria Madalena e João, seu discípulo. Diz: “Mulher, eis aí seu filho”, em referência a mãe, e “filho, eis aí sua mãe”, direcionado a João. Cristo reclama de sede, e lhe dão vinagre.
12ª estação: Os presentes caçoavam de Jesus: “Se tu és mesmo o filho de Deus, desça daí”. Jesus indaga a Deus, questionando por qual motivo o havia abandonado. Ele entrega seu espírito e reclina sua cabeça. Jesus morre.
13ª estação: José de Arimatéia pede ao governador permissão para retirar o corpo de Jesus da cruz, sendo autorizado. Nicodemos o ajuda, levando cerca de cem libras de mirra e aloés. Envolvem o corpo de Jesus com panos de linho e perfumes, como é de costume dos judeus nos sepultamentos. Maria recebe o corpo de Jesus.
14ª estação: Próximo ao lugar da crucificação, havia um jardim que continha um túmulo novo, onde ninguém havia sido sepultado. Rolaram uma pedra à porta. Maria Madalena e Maria observaram o sepulcro em que guardaram Jesus.
15ª estação: Jesus ressuscita.
Como chegar
O Detran desenvolveu duas rotas de acesso. A primeira será destinada a pedestres e veículos credenciados. A segunda, para ônibus e demais veículos. Os agentes de trânsito conduzirão os veículos para três estacionamentos ─ o geral; o destinado a produção e figurantes; e o reservado para pessoas com mobilidade reduzida e idosos. Nesse acesso, também haverá uma rota de emergência.
*Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa