Antes de abril de 2020, as filas de pacientes nas três unidades da farmácia de alto custo do Distrito Federal – localizadas na Asa Sul, em Ceilândia e no Gama -, no início e no fim do mês, tinham média de quatro horas de espera. Hoje, o cenário mudou. Resultado do programa Entregas de Medicamentos em Casa, uma parceria da Secretaria de Saúde e do Banco de Brasília (BRB), que leva os remédios diretamente para a casa dos pacientes.
Todos os inscritos na farmácia de alto custo são beneficiados. Atualmente, há 37 mil pessoas cadastradas, destas, 18 mil são atendidas regularmente com a entrega em casa, de acordo com a diretora da assistência farmacêutica, Walleska Fidelis Gomes, da Secretaria de Saúde. “Estamos atendendo metade dos pacientes em casa e a outra metade presencial. É uma opção do paciente. Não temos limite de vagas”, explica.
O programa foi lançado no ano passado devido à pandemia de covid-19, mas por causa do sucesso tem sido mantido. “Hoje a farmácia consegue prestar um atendimento mais humanizado para o paciente. Ele chega e não enfrenta filas de 4 ou 5 horas, como era antes do programa”, afirma Walleska.
Com isso, os pacientes que comparecem presencialmente podem receber orientações com mais tempo e os profissionais têm a possibilidade de melhor desenvolver o trabalho. Já quem recebe em domicílio conta com praticidade por não precisar sair de casa e continuidade no tratamento, além de ter o transporte dos medicamentos garantido e mais seguro, como é o caso daqueles remédios que necessitam de uma temperatura especial, os termolábeis, que são sensíveis à ação da temperatura e que necessitam de armazenamento sob refrigeração.
Esse tipo de medicamento é usado mensalmente pela dona de casa Luci Gonçalves Silveira de Oliveira. Ela tem espondilite anquilosante, uma doença autoimune que provoca inflamação progressiva das grandes articulações. Para tratar, Luci recebe da farmácia de alto custo em casa um medicamento termolábil. Antes, ela precisava ir até uma unidade para aguardar o atendimento com um isopor para garantir que o remédio ficasse entre uma temperatura de 2 a 8 graus. “Antes eu ia para a farmácia, pegava uma senha e ficava esperando com uma caixinha de isopor. Muitas vezes eu retornava para voltar mais tarde. Agora, facilitou muito. Ficou mais prático e acessível”, conta.
O marido dela, o aposentado Geraldo de Oliveira, é outro beneficiado pelo “delivery” da farmácia de alto custo. Asmático há muitos anos, ele recebe todo mês o medicamento para controlar a doença. “Eles passaram a entregar esse remédio em domicílio em função da pandemia. Facilitou muito a vida da gente. A farmácia era muito cheia. Agora eles prestam um serviço de excelência”, diz.