A tilápia em posta tem destino certo na casa de Laurício Monteiro, 54. É temperada com sal e cozida em azeite de dendê, leite de coco e açafrão. Nessa quarta-feira (13), o veterinário atravessou a cidade para garantir a moqueca baiana da família. Saiu do Jardim Botânico e dirigiu até as Centrais de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa-DF) em busca do produto oferecido pelo Mercado do Peixe.
“Gosto da ideia de comprar dos produtores locais. O pescado é fresco e, o preço, imbatível”, conta. “Para a Semana Santa, estou levando 11 kg de tilápia – são 28 pessoas na família, todos comem bem”. As vendas no Mercado do Peixe crescem aproximadamente 70% às vésperas da Sexta-Feira da Paixão – saltam de 80 a 100 atendimentos diários para mais de 130.
O movimento intenso é sentido pela vendedora Bruna Regosino, 20. A jovem divide sua atenção entre o telefone e os clientes que compram direto no balcão. “Recebemos muitas encomendas por aplicativos de mensagem, é mais prático”, afirma. “A pessoa já diz como quer o peixe, a quantidade. E a gente deixa tudo prontinho, é só buscar”.
Desativado por quase três anos, o Mercado do Peixe reabriu suas portas em 2020. O espaço recebe, diariamente, cerca de meia tonelada de pescado vindo de 32 piscicultores do DF e Entorno. Apesar da tilápia ser a campeã em vendas, outras espécies produzidas na região também fazem sucesso na mesa do brasiliense.
É o que garante Luciano Andrade de Carvalho, presidente da Coopindaiá (Cooperativa Mista da Agricultura Familiar, do Meio Ambiente e da Cultura do Brasil) e administrador do Mercado do Peixe. “O segundo mais vendido aqui é o tambaqui, seguido pelo pintado e surubim”, destaca. “Oferecemos mais de 20 variedades, incluindo camarão e peixes de água salgada, os únicos que não vêm de produção local”.