O Distrito Federal, conhecido internacionalmente por abrigar Brasília, Patrimônio Cultural da Humanidade e ícone da arquitetura moderna, já se destaca também no segmento do turismo ecológico. Somente no turismo rural, há programas para famílias, estudantes, esportistas e produtores de eventos. Ao todo, são 30 empreendimentos que atuam no setor, gerando 4.500 empregos diretos.
O presidente do Sindicato de Turismo Rural e Ecológico do Distrito Federal e Entorno (Ruraltur), Fernando Mesquita, afirma que houve um aumento significativo desta modalidade de turismo. “Durante o período de pandemia, foi verificado um acréscimo de 35% na procura pelo turismo rural e ecológico. A segurança e o distanciamento que as pessoas procuravam naquela época eram encontrados neste segmento”, explicou o presidente da Ruraltur.
Mesquita destacou dois objetivos importantes que são alcançados com o aumento do turismo rural: o incremento na geração de emprego e renda e o respeito ao meio ambiente. “A palavra chave de nosso segmento é sustentabilidade. O turismo rural e ecológico consciente é o nosso lema”, destacou.
O presidente da Ruraltur revela que um dos projetos da entidade é incentivar o turismo rural ligado aos produtores de bebidas, como vinhos, cachaças e cervejas. “Alguns produtores de vinho do PAD-DF já têm programas de turismo em vinícolas. A ideia é organizar projetos para o setor e expandir para todos os produtores de bebidas. O DF tem uma produção de qualidade. Uma cachaça feita em Brasília já foi até premiada”, explicou Mesquita. Ele se refere à Remedim, que ganhou o prêmio de Melhor Cachaça Prata Artesanal de 2022.
Rotas do Cerrado
A Secretaria de Turismo do DF (Setur-DF) produziu a coleção Rotas Brasília, em que pontos turísticos da capital foram mapeados e apresentados numa publicação, entre eles os de turismo ecológico. A pasta apresenta 12 pontos representativos na cidade. De acordo com o órgão, na apresentação das rotas, a capital se revela local de diversas espécies de flora e fauna endêmicas do segundo maior bioma da América Latina, e também é considerada porta de entrada para a Chapada dos Veadeiros, patrimônio natural mundial.
As 12 rotas são compostas pelos seguintes locais: Parque Nacional de Brasília, Floresta Nacional de Brasília, Jardim Botânico, Salto do Tororó, Jardim Zoológico, Parque da Cidade, Parque Olhos d’Água, Parque das Garças, Brasília Rural, Lago Oeste, Torre de TV Digital e Chapada dos Veadeiros.
O secretário de Turismo, Cristiano Araújo, promete melhorar as condições das rotas para incrementar o turismo ecológico. “Brasília é uma cidade mundialmente conhecida pelos seus monumentos e sua arquitetura, mas é preciso destacar as belezas naturais encontradas aqui. A Setur vai caminhar de mãos dadas com o trade e todo segmento rural para que, juntos, possamos desenvolver ações e projetos para o turismo ecológico da capital com ativação, sinalização e renovação das rotas temáticas, capacitação de guias de turismo especializados no segmento e divulgação em feiras e eventos por todo o país”, afirma o secretário.
O Instituto Brasília Ambiental participou da produção da coleção Rotas Brasília. A instituição contribuiu com a elaboração de trilhas que passam pelas unidades de conservação sob a responsabilidade do órgão. O chefe da Unidade de Educação Ambiental do Brasília Ambiental, Marcus Paredes, diz que a cidade tem cerca de 20 trilhas recomendadas para a visitação, sendo umas de maior e outras de menor grau de dificuldade. “Brasília tem potencial para o turismo ecológico, sim. São trilhas que atendem todas as expectativas, sendo algumas com maior estrutura que outras”, aponta ele.
A trilha das Copaíbas se destaca pela exuberância, embora esteja situada no Lago Sul, área predominantemente urbana. Tem 4.2 km de extensão e nela o caminhante pode encontrar espécies do Cerrado muito bem preservadas, campo e mata de galeria, além de poços, nascentes e uma pequena cachoeira, entre outros atrativos. “Na trilha das Copaíbas tem Cerrado tradicional e queda d’água dentro de uma área urbana. A vista também é linda. De lá pode-se avistar as duas pontes que dão acesso ao lago”, destacou Marcus Paredes.
A Emater também tem a sua participação no incremento do turismo ecológico do DF. Por meio de um projeto da entidade, os produtores rurais podem abrir suas propriedades para visitação. “Apoiamos pequenos produtores para que eles encontrem nessa iniciativa mais uma oportunidade ganho, envolvendo toda a família do agricultor”, explicou a responsável pelo programa de turismo na Emater, Zaida Silva.