A Polícia Civil do Distrito Federal, por intermédio da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária — DOT, vinculada ao Departamento de Combate a Corrupção e ao Crime Organizado—Decor, deflagrou, na manhã de hoje (19), a *Operação Títere, visando o cumprimento de seis mandados de busca e apreensão expedidos pela 1ª Vara Criminal de Brasília. As medidas foram cumpridas com apoio da Subsecretaria da Receita do Distrito Federal (Surec/Sefaz).
A operação visa reprimir uma associação criminosa voltada para a prática de crimes contra a ordem tributária, especialmente, a sonegação de impostos sobre a circulação de mercadorias (ICMS), que acarretou uma dívida
com o fisco do Distrito Federal no valor de aproximadamente R$ 8,4 milhões.
A investigação revelou que o grupo atuava por meio da criação de empresas fantasmas, do ramo de comércio varejista de produtos de limpeza em geral, e emissão de notas fiscais fraudulentas, chamadas de notas frias. Os
verdadeiros donos dessas empresas recrutavam laranjas para emprestar seus nomes e figurar no quadro societário.
As medidas foram cumpridas no Distrito Federal, nas regiões administrativas de Vicente Pires, Riacho Fundo, Taguatinga e no Plano Piloto. Os principais alvos são os verdadeiros sócios das empresas, contadores e as pessoas que cedem seus dados, conhecidos como laranjas, conta o delegado da DOT/Corpatri, Marco Aurélio Sepúlveda.
De acordo com as apurações, o principal alvo é velho conhecido do meio policial e possui pelo menos 40 ocorrências policiais contra ele, por diversos crimes graves, como roubo, porte ilegal de arma de fogo, ameaças,
estelionatos e crimes de violência contra a mulher.
“Os suspeitos agora estão sendo investigados pela prática de crimes de associação criminosa, sonegação fiscal, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. A depender de sua participação no esquema, podem ser condenados às penas que variam entre 7 a 21 anos”, destaca Sepúlveda.
O nome da *Operação Títere faz alusão a marionetes e fantoches, representando as figuras das pessoas físicas que emprestam seus nomes para servir à prática dos crimes.A Operação Títere representa um importante avanço no combate à sonegação fiscal no Distrito Federal.
A ação demonstra o compromisso da PCDF em reprimir esse tipo de crime, que prejudica o erário público e compromete a prestação de serviços essenciais à população.
A operação também mostra que a PCDF está atenta às fraudes que envolvem empresas fantasmas e notas frias.
“As investigações irão continuar visando identificar outros envolvidos no esquema e apurar o valor total da dívida com o fisco do Distrito Federal. Os suspeitos responderão pelos crimes em liberdade, mas poderão ter a prisão preventiva decretada a qualquer momento”, finaliza o delegado da DOT.